A Glutamina é um aminoácido largamente utilizado em hospitais, em tudo que tem a ver com recomposição de tecidos, queimaduras, problemas de pele e reconstituição de tecidos. Cerca de 60% do tecido muscular presente no corpo humano é Glutamina. Este número dá para compreendermos a importância que tem este aminoácido no processo de treino e reconstrução muscular.
Existem diversos estudos que falam da importância da Glutamina no sistema imunitário, visto que a Glutamina não é só importante para os tecidos musculares, mas também nos órgãos vitais, pele, cabelo e unhas.
Quais os momentos ideais para a toma de Glutamina?
- Jejum;
- Antes do treino;
- Pós treino junto com uma refeição líquida ou solida;
- Antes de dormir porque a Glutamina é um grande neutro que participa em múltiplos neurotransmissores.
A internet está repleta com teorias a favor e teorias contra a glutamina.
Deste o “achismo” até aos estudos científicos há de tudo. Para analisar a importância ou a desimportância do papel da Glutamina devemos ter um período mínimo de 6 meses em que consistentemente tomamos a Glutamina nas horas certas para podermos tirar as nossas ilacções.
A Glutamina e a Creatina são dos aminoácidos mais estudados .
Antes de analisarmos detalhadamente o papel deste poderoso aminoácido voltamos a frisar, tudo depende de três factores chave:
Factor 1 - momentos em que a toma é feita, porque a absorção depende desses momentos;
Factor 2 - da consistência temporal com que tomamos;
Factor 3 – Intensidade do treino.
Ora bem, quer para a Glutamina, quer para qualquer outro suplemento alimentar, o momento em que tomamos é determinante para a absorção do nutriente. Se formos tomar a Glutamina fora do contexto vamos expeli-la do organismo através da urina, o que não faz
sentido porque vamos estar a fazer um investimento inútil. Por outro lado se tomamos os suplementos e dermos ao organismo os nutrientes de que ele depende para aumentar o tecido muscular nas horas certas e não vemos resultados, então é porque a intensidade do treino está aquém do desejável. Então, nesse caso deve procurar um personal trainer que o possa ajudar a explicar como deve aumentar o tempo de tensão da fibra muscular e esgotar todas as fases da contracção muscular (isométrica, concêntrica e excêntrica).
Os Aminoácidos essenciais são aqueles que o nosso corpo não produz. Os não essenciais são os que o organismo produz. Neste sentido o nosso organismo produz Glutamina, mas muitas vezes a quantidade que resulta dessa produção não é suficiente para todas as nossas necessidades. Quem faz exercício físico vigoroso vai ter mais necessidades deste aminoácido do que quem é sedentário.
Podemos dizer que quem treina e rompe tecido muscular a treinar tem necessidade em tomar Glutamina tal como quem está a recuperar de uma queimadura por exemplo, em que ocorre uma reparação de tecido. Portanto para quem treina vigorosamente, a Glutamina é um aminoácido essencial.
Qual é o problema da Glutamina?
Como é facilmente perceptível, a acção da Glutamina é bastante abrangente, ou seja, se formos suplementar com 5 gramas por dia eles desaparecem rapidamente
porque ela é compatível com todos os tecidos e vais para todo lado menos para onde queremos, para o tecido muscular. Ou seja, para conseguirmos que a Glutamina chegue ao tecido muscular temos de ultrapassar os 5 gramas. O desgaste do dia a dia, sobretudo em quem tem trabalhos exigentes, quem descansa pouco, quem fica privado de alimentos de qualidade, etc., tem efectivamente perdas consideráveis de tecido muscular A toma extra de Glutamina vai fazer uma enorme diferença. Todas estas perdas vão para além da reparação do tecido muscular. O trabalho e o stress são também factores catabólicos.
Glutamina eTransaminação
A ingestão de Glutamina em jejum é benéfica tendo em conta a capacidade de absorção que temos nessas condições.
Ao ingerirmos a Glutamina no pré treino é importante visto que ela vai dar radicais amina com os quais vamos fazer a transaminação.
A transaminação é quando desenvolvemos uma proteína a partir de outra o que é determinante para a síntese de proteínas, mas atenção, para que isto ocorra é preciso dar um estímulo vigoroso no treino. Repetimos a palavra vigoroso por efectivamente os processos metabólicos que aqui desenvolvemos dependem do estímulo certo no treino.
Um exemplo de transmaminação é a remoção do lactado.
Quando produzimos grandes quantidades de lactato no músculo o que é que acontece?
1 – Quando o treino é intenso e volumoso produzimos grandes quantidades de lactato no músculo,
2 – uma parte desse lactado vai ser usado para formar piruvato de novo, para fazer o ciclo de krebs,
3 - uma parte desse tal lactato depois de ser tornado piruvato sofre uma transaminação, a enzima TGP (transaminado glutâmico pirúvico),
Nota: nesta transaminação, perde uma amina e tira da glutamina para colocar no ácido pirúvico, o que dá origem à Alanina.
O que podemos observar num atleta que faz musculação em alta intensidade?
Verificamos um aumento do TGP.
O que estamos a analisar?
O nível de transaminação que o praticante tem em consequência do treino de resistência muscular. Podemos então afirmar que do pondo de vista cientifico, a Glutamina é um aminoácido crucial no processo metabólico, visto que ela dá ao organismo ferramentas e competências para fazer a transaminação com eficácia. Nesse sentido, a remoção do lactado fica facilitada e existe mais tempo e condições objectivas para a síntese de proteínas, mais transaminações e assim sucessivamente.
A sugestão que damos a quem treina forte é que faça uma consulta de medicina desportiva todos os anos porque os métodos e padrões de análise da saúde individual deve ter em conta as actividades quotidianas. Se tem uma actividade que foge da norma não podemos aplicar os padrões da norma para analisar o estado de saúde, portanto, o mais indicado não é de facto um médico de clínica geral.