É mais importante Treinar ou fazer Dieta?

Legumes, cenouras, amoras, verduras.

São múltiplos os estudos sobre perder peso e alimentação. Nós na Fiquemforma gostamos mais de usar a expressão perder gordura, porque o peso é inespecífico. Perder peso através da massa muscular não é algo positivo para o metabolismo e para a próprio processo metabólico responsável pela queima de gordura.
Falasse muito da relação entre o papel da actividade física e o papel da alimentação na perda de gordura. Há teses para todos os gostos. E de facto as coisas não são lineares, mas há uma verdade que para nós é transversal nesta matéria, não é possível perder gordura de forma consequente e duradoura sem a prática de exercício físico vigoroso.
Agora é preciso definir bem o que é exercício vigoroso. Exercício vigoroso não é ir ao ginásio, é preciso treinar. Se for fazer uma aula de spining por exemplo e ficar a aula toda a martelar nos pedais e não controlar a sua frequência cardíaca então não se pode considerar que foi treinar vigorosamente.

Musculação e aumento de massa muscular

Efectivamente a musculação leva ao aumento de massa muscular, porém para que a musculação tenha o efeito de acelerador metabólico é fundamental que se conjuguem os seguintes factores:
– cargas adequadas;
– renovação dos estímulos fomentando a permanente readaptação do organismo;
– correcta execução dos movimentos levando os músculos até à falha mecânica.
Há uma verdade que temos como princípio orientador, fazer musculação sem levar o músculo até à falha mecânica não tem nenhum efeito em termos metabólicos, no sentido da queima de gordura, ou seja, a massa muscular não vai aumentar de forma significativa, o que impossibilita que a massa muscular possa ser garantia de queima de gordura.
Então, tendo em conta que a maioria dos praticantes não tem um nível que lhes permita levar os músculos até à falha mecânica em todas as séries dos treinos de musculação, resta-nos as actividades cíclicas (corrida e ciclismo, especialmente) e os treinos de alta intensidade onde também podem existir exercícios de técnica de corrida e exercícios de força conjugados com exercícios cardiovasculares como o recurso à pliometria. Fazemos uma ressalva em relação a estes treinos de alta intensidade para o facto de serem muito mais motivantes do que as actividades cíclicas, contudo há pessoas que se sentem muito bem com a corrida e o ciclismo e intercalam treinos cíclicos com treinos de força em circuitos metabólicos realizados em casa, ao ar livre ou no ginásio.

Voltando à musculação, pensamos que é um erro fazer acreditar o praticante que não domina categoricamente as técnicas da musculação de que vai perder gordura com a musculação, assumindo que esse praticante vai aumentar a sua massa muscular.
Parte do sucesso do objectivo dos praticantes está no diagnóstico inicial, no conhecimento com que é feito e sobretudo na honestidade profissional. Quando esse diagnóstico não é feito criticamente irá levar seguramente à frustração.
Naturalmente que devemos fazer uma chamada de atenção à alimentação. Se um aluno até treina bem, mas não bebe água suficiente, come comida processada e faz intoxicações alcoólicas todas as semanas, então pode treinar muito bem que dificilmente vai ver resultados significativos.
Quando vemos estudos que dizem ser a alimentação mais importante que o treino ou vice-versa, esses estudos assumem cegamente que os praticantes treinam correctamente, o que está muito longe de ser verdade.

Então vamos colocar as variáveis com verdade, como fazemos sempre, em três formulações, mas podiam ser mais:

1 – Não faz musculação até à falha mecânica e não treina vigorosamente dos treinos cardiovasculares,nem o tempo suficiente para usar a gordura como substrato energéctico?

Então a dieta será mais importante que o treino para a composição corporal.

2 – Faz musculação até à falha mecânica e treina vigorosamente nos treinos cardiovasculares, o tempo suficiente para usar a gordura como substrato energéctico?

Então o treino será mais importante que a dieta para controlar a composição corporal.

3 – Não faz musculação até à falha mecânica e treina vigorosamente nos treinos cardiovasculares o tempo suficiente para usar a gordura como substrato energéctico, mas come comida bastante calórica?

Então a dieta será mais determinante para os resultados que o treino.
Para além do que até aqui evidenciámos neste artigo, há uma tendência para fazer exercício e dieta até se atingir um determinado resultado, porém para ter uma boa composição corporal, de forma duradoura e consistente a prática de exercício e uma dieta limpa devem fazer parte de um estilo de vida onde o padrão é de facto o treino e comida limpa. Se assim não for, vai ser muito difícil atingir essa consistência.
Na Fiquemforma todos os nossos personal trainers têm esta postura pedagógica de dizer a verdade às pessoas, porque se fosse fácil atingir resultados todas as pessoas que se inscrevem num ginásio estariam em forma ao fim de um mês como se apregoa por aí, o que é simplesmente uma fraude sobre os pontos de vista da fisiologia e metodologia do treino.

Artigos Semelhantes